Nossa Senhora de Las Lajas: uma história medieval fora da Idade Média!
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Nossa Senhora de Las Lajas: uma história medieval fora da Idade Média!


Nossa Senhora de Las Lajas, Ipiales, Colômbia
Nossa Senhora de Las Lajas, Ipiales, Colômbia
Luis Dufaur



A história que vamos reproduzir embaixo não é da Idade Média, mas bem poderia sê-lo. Pois, a Idade Média não é apenas uma era histórica, mas também uma categoria moral, religiosa, social, cultural e de devoção a Nossa Senhora!

Las Lajas quer dizer, em português, As lLjes. A pintura ao lado está impressa num rochedo existente numa gruta localizada ao sul do território colombiano, junto à fronteira do Equador.

São reproduzidas nesta contracapa as duas figuras principais. É um como que quadro. Tem todas as características de ter sido pintado mediante o concurso de um anjo.

Qual é a beleza da referida pintura?

Devemos distinguir nela dois aspectos: as pessoas de Nossa Senhora e Nosso Senhor, e o colorido.

O colorido todo expressa uma idéia de realeza muito pronunciada. As cores de fundo do quadro são faustosas.

Por outro lado, esse vermelho – que tende para o vinho – do traje de Nossa Senhora é uma cor quente, rica, sendo toda essa vestimenta bordada a ouro, o que reforça também a impressão de um traje de rainha.


O santuário de Nossa Senhora de Las Lajas, em Ipiales, Colômbia
O santuário de Nossa Senhora de Las Lajas, em Ipiales, Colômbia
* * *

Quanto às pessoas de Nossa Senhora e do Menino Jesus, chama a atenção primeiramente a grande coroa na cabeça da Mãe de Deus, que não figurava na pintura original.

Tão grande que se diria exagerada, se não estivesse tão bem calculada. Não fica pesada demais, mas é a maior que poderia ser. É impossível imaginar uma coroa maior do que essa para a figura que a porta.

Detalhe curioso é a cabeleira da Virgem Santíssima. Os cabelos d’Ela estão soltos, mas de tal maneira que parecem um manto real.

Há um bom gosto, uma noção de majestade e uma arte na disposição desses cabelos, que é uma coisa extraordinária.

Na fisionomia de Nossa Senhora, merece ser ressaltada a altaneria da cabeça. Ela olha de cima, de um modo sério e investigador, de quem deseja ser obedecida.

É fisionomia de Mãe, mas de uma Mãe que foi pintada numa hora em que não está sorrindo.

Ela não está fixando o olhar com expressão de ameaça ou reprimenda, mas está com a disposição de alguém que, se notar qualquer coisa de errado, passa um pito ou faz uma advertência. É uma realeza exercida com força.

Por outro lado, o Menino Deus está portando uma coroa – igualmente acrescentada à pintura original – também muito grande para a sua cabeça, mas não desproporcionada.

Interior do santuário com a imagem miraculosa no fundo
Interior do santuário com a imagem miraculosa no fundo
Ele está muito amavelmente voltado para quem reza. Ao invés do quadro clássico – o Menino Jesus sério e Nossa Senhora risonha – nota-se o contrário: Ele se distrai com o laço voltando-se para o pecador, enquanto sua Mãe está séria.

O que representa uma troca de posições, parecendo inverter-se o papel da Medianeira. Na realidade, o pensamento que aí está expresso é muito profundo:

Ele é misericordioso porque está sentado no trono da misericórdia – nos braços de Nossa Senhora. Se assim não fosse, Ele não exprimiria tal misericórdia extraordinária, essa alegria de dar e sorrir.

* * *

No total, o que há de mais interessante no quadro é que, depois de se ter olhado para o Divino Infante e Sua Mãe Santíssima, percebe-se como a maternidade d’Ela está expressa na pintura.

Parece que Ela não está prestando uma atenção próxima no Menino, mas há uma intimidade enorme entre os dois. Nossa Senhora O sustém, como uma mãe carrega um filho inteiramente chegado a Ela, para deixar claro seu sentimento materno. Senso materno, por conseguinte, voltado para o pecador, de quem Ela também é Mãe.

Nossa Senhora Rainha e Mãe: é o que expressa admiravelmente esse quadro, que eu considero verdadeiramente uma obra-prima no gênero.

(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, excertos de conferência em 19.10.1974. Sem revisão do autor).


Origem do quadro de Nossa Senhora de Las Lajas

A índia Maria Mueses com Rosa, sua filha cega miraculosamente curada
A índia Maria Mueses com Rosa,
sua filha cega miraculosamente curada
No século XVIII, depois de vários fatos sobrenaturais ocorridos numa gruta nas ladeiras de Las Lajas, a índia Maria Mueses de Quiñones, (ao lado, uma imagem sua, carregando sua filha Rosa) descendente dos caciques de Potosí, encontra sua filhinha de joelhos venerando um quadro da Virgem, tendo nos braços o Menino Jesus e ladeada por São Francisco e São Domingos. A festa se comemora no 16 de setembro

Informados do ocorrido, os habitantes do local acorreram para venerar a Virgem, logo denominada de Las Lajas. Em fins do século XIX, foi construído um magnífico Santuário em estilo gótico no local.

Detenha-se o leitor na consideração desta fisionomia da Santíssima Virgem. Porte majestoso, régio, ao mesmo tempo maternal, acessível.

Fronte reluzente de uma superior inteligência. Nariz encantador com traçado firme. Lábios bem talhados que denotam decisão. Cabelos negros característicos de uma latino-americana.

Sobrancelhas altas, emoldurando olhos igualmente negros, penetrantes, que parecem sondar as regiões recônditas da alma de quem os fita. Mas ao mesmo tempo, revelam a grandeza dAquela que é Esposa do Divino Espírito Santo.

Nossa Senhora de Las Lajas, Ipiales, Colômbia
Nossa Senhora de Las Lajas, Ipiales, Colômbia
Tudo aí é bem proporcionado, manifestando um superior equilíbrio. E o Menino Jesus segura um cordão, parecendo distrair-se com ele a fim de que as atenções se voltem com mais empenho para a Medianeira de todas as graças.

Quem teria pintado com tanta maestria este quadro? Em que museu famoso estará ele exposto?

Pintou-o não um artista comum, mas celeste mão, talvez de um Anjo, tendo sido a milagrosa obra de arte descoberta em meados de século XVIII.

E como tela escolheu lajes brutas de um desfiladeiro ignoto da Colômbia, nas cercanias da cidade de Ipiales, penetrando-as com misteriosa tinta que, ainda que se raspe ou talhe profundamente a pedra, lá se encontram sempre as mesmas cores e matizes.

Este é o milagre estupendo, permanente, que se pode observar em Las Lajas, o Santuário onde se encontra a referida obra prima do celeste Autor.



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