Orações
Em Lourdes, os milagres não cessam
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Em Lourdes, os milagres não cessam |
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Luis Dufaur
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A série de acompanhamentos científicos dos milagres ocorridos em Lourdes começou a bem mais de um século.
O intrincado, longo e exigente processo de comprovação dos mesmos em mais de 7.000 casos perfeitamente individualizados concluiu que a medicina não tem explicação, conferiu a Fundação Cari Filii.
Cabe à Igreja, e não à ciência, a declaração do milagre, pois é um posicionamento religioso.
O dossiê completo de cada caso medicamente inexplicável é encaminhado ao bispo da diocese do beneficiário da cura. O prelado é quem deve proceder a proclamar o milagre.
Porém, até a presente data, os bispos só reconheceram 69 casos como intervenções miraculosas de Deus.
O Escritório Médico de Lourdes deixa por vezes transcorrer décadas no acompanhamento da cura até o reconhecimento final, para ficar claro que ela é verdadeira e definitiva.
O otorrino Michael Moran, natural de Belfast (Irlanda do Norte), é especialista em câncer e responsável do Escritório de Lourdes que analisa os milagres.
“Isto é um comitê científico. Não usamos a palavra ‘milagre’. Isso é algo que a Igreja tem que decidir”, explica.
“Os membros da comissão médica devem pôr de lado suas crenças, estejam ou não a favor de Lourdes. Isto é um grupo de profissionais que reúne as melhores evidências médicas e pode encomendar ainda mais exames para fundamentar o que o doente afirma”, acrescenta o Dr. Moran.
Uma das características típicas procuradas pelo médico é de se a cura foi repentina.
“Outro exemplo típico é o de um italiano [Vittorio Micheli, 22 anos em 1962, soldado dos Corpos Alpinos], que tinha um tumor no osso pélvico cuja destruição se pode ver nos raios-x. Mas o osso voltou a crescer, tanto na pélvis como no fêmur, de forma anatomicamente correta, que é muito difícil explicar”, explicou Moran à BBC.
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Anna Santaniello: antes e depois. |
Moran também destaca a capacidade de cura interior e a serenidade que Lourdes passa para uma multidão de doentes. “Muitas pessoas com doenças terminais chegam aqui e muito obtêm do ponto de vista espiritual, eles e seus acompanhantes”, afirma.
Eis os reconhecimentos canônicos mais recentes:
Anna Santaniello: malformação cardíaca; milagre reconhecido em 2005 Anna Santaniello, de Salerno (Itália), padecia desde a infância de uma malformação cardíaca, declarada incurável pelos médicos. Quando fez quarenta anos, sua saúde piorou gravemente e ela quis ir a Lourdes. A doença lhe impedia de caminhar e falar claramente.
Segundo ela contou ao jornal “La Città” de Salerno, “eu quase não conseguia respirar e falei a meu irmão que meu ultimo desejo era ir a Lourdes”, aonde chegou “viva, mas de maca”.
Foi tomar banho nas piscinas ajudada por religiosas. Ela conta assim:
“A água estava gelada, mas senti logo que algo que fervia no peito, como se me tivessem restituído a vida. Em poucos segundos, me levantei com minas próprias forças e comecei a caminhar, recusando a ajuda dos enfermeiros que olhavam com incredulidade”.
Quando voltou a sua casa, marcou consulta com um ilustre cardiologista da época, que “me disse que não tinha nada, que estava saníssima e que ele não podia explicar os certificados e exames feitos precedentemente”.
Anna Santaniello voltou a Lourdes para servir como voluntária e no atendimento dos doentes. O milagre foi reconhecido pela Igreja em 2005, quando ela tinha 90 anos.
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Sóror Luigina não caminhava mais. Depois foi ajudar os doentes, empurrando macas e carrinhos. |
Sóror Luigina: paralisia e dor; milagre reconhecido em 2012 Sóror Luigina Traverso é uma religiosa salesiana italiana gravemente doente de ‘ciática paralisante em meningocele que em junho de 1965 participou de uma “romaria Oftal de Tortona’”.
Era levada de maca e havia muito que não caminhava. Foi operada muitas vezes sem resultado.
Sóror Luigina entrou na água das piscinas do santuário. Depois, durante procissão eucarística, quando o sacerdote passou diante dela com o Santíssimo Sacramento, a religiosa sentiu um “intenso calor no corpo e o desejo de se levantar”.
Percebeu que voltava a mexer o pé e que a dor desaparecia. No quarto falou com o Dr. Danillo Cebrelli e com o delegado do bispado, Mons. Lorenzo Ferrarazzo.
O padre lhe disse: “Sóror Luigina, se quiser receber a bênção, levante-se e venha ajoelhar-se para rezar”. E a paralítica conseguiu!
De volta para casa quatro dias depois, o professor Claudio Rinaldi confirmou: “Boas condições gerais […] Articulações inferiores completamente flexíveis com vigor igual e simetria […] Sensibilidade normal”.
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Daniella Castelli foi a Lourdes para se despedir da Gruta e encomendar seus filhos. Estava desenganada e voltou curada. |
Danila Castelli: hipertensão com risco de morte; milagre reconhecido em 2013 Em 1981, Danila Castelli, italiana de Bereguardo, casada, 35 anos e quatro filhos, teve diagnosticado um câncer extraordinariamente virulento, que produzia tumores em todo o corpo.
Passou por oito cirurgias e vivia sedada para suportar as dores.
Em 1989 os médicos a desenganaram. Ela foi então com seu marido a Lourdes, sem pensar num milagre, mas só para ficar diante da Virgem.
Ia morrer com 43 anos e queria pedir a Nossa Senhora “que Ela estivesse sempre perto de seus filhos”.
Após fazer a oração, sentiu imediatamente que a dor desaparecera, assim como toda a doença.
Após ter passado 24 anos com saúde e servindo assiduamente como voluntária para ajudar os doentes em Lourdes, a Igreja reconheceu o milagre.
Acompanhe online o que está acontecendo agora na própria gruta de Lourdes pela Webcam do santuário.
CLIQUE AQUI: WEBCAM (Clássica) (todos os sistemas).
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