Deus revela a extensão atingida pelo pecado ‒ Beata Elizabeth Canori Mora 2
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Deus revela a extensão atingida pelo pecado ‒ Beata Elizabeth Canori Mora 2


Beata Elizabeth Canori Mora no fim da vida
Continuação do post anterior

A partir da primeira visão mencionada no post anterior, Deus foi-lhe revelando o lamentável agir de certos setores eclesiásticos que atraíam a cólera divina, acumpliciados com a Revolução que derrubava tronos e seculares costumes cristãos na ordem temporal.

Tais visões patenteiam, três décadas antes de La Salette e um século antes das revelações na Cova da Iria, que o mal já se infiltrara na Igreja e na sociedade civil.



Vê-se bem que em Fátima Nossa Senhora fez uma advertência final para esse mal, que progredia apesar de todos os avisos em sentido contrário.

Os anjos conduziram espiritualmente a Beata Elizabeth a antros secretos onde se tramava essa conjuração. De cada vez, novas aberrações lhe eram desvendadas.

Em 24-2-1814 foram-lhe exibidas cenas que lembram a crise dos dias em que vivemos:
“Via — narra ela — muitos ministros do Senhor que se despojavam uns aos outros; raivosamente arrancavam-se os paramentos sagrados; via serem derrubados os altares sagrados pelos próprios ministros de Deus”.

Em 22-5-1814, enquanto rezava pelo Santo Padre, “vi-o viajando rodeado de lobos que faziam complôs para atraiçoá-lo.” A visão repetiu-se nos dias 2 e 5 de junho.

Nesta última, narra a vidente:
Palazzo Selvaggi (estado atual), onde morou recém-casada
“Vi o sinédrio de lobos que circundavam [o Papa Pio VII, então reinante] e dois anjos que choravam. Uma santa ousadia me inspirava a lhes perguntar a razão da sua tristeza e do pranto. Eles, contemplando a cidade de Roma com olhos cheios de compaixão, disseram o seguinte: `Cidade miserável, povo ingrato, a Justiça de Deus castigar-te-á'”.

“O mundo todo estava em caos”

Em 16-1-1815, os anjos mostraram-lhe muitos eclesiásticos que “sob manto de bem, perseguem a Jesus Crucificado e Seu Santo Evangelho”, e que “como lobos raivosos tramavam derribar o chefe da Igreja do seu trono”.

Então ela foi levada
“a ver o cruel estrago que a Justiça de Deus está para fazer entre aqueles miseráveis: com sumo terror, via que em torno de mim fulguravam os raios da Justiça irritada. Via os prédios caírem em ruínas. As cidades, províncias inteiras, o mundo todo estava em caos. Não se ouvia outra coisa senão débeis vozes implorando misericórdia. O número dos mortos era incalculável”.

Porém, o que mais a impressionou foi ver Deus indignado.

Num local altíssimo e solitário, viu Deus representado por “um gigante forte e irado até o extremo contra aqueles que O perseguiam. Suas mãos onipotentes estavam cheias de raios, o seu rosto estava repleto de indignação: só o seu olhar bastava para incinerar o mundo inteiro. Não tinha nem anjos nem santos que o circundassem, mas somente a Sua indignação circundava-o por todas partes”.

Imagem do Nazareno que pertenceu à Beata Elizabeth
Tal visão durou apenas um instante. Segundo a Bem-aventurada Elizabeth, “se tivesse durado mais um momento, certamente eu teria morrido”.

A descrição acima lembra o panorama revelado a Mélanie e Maximin na Salette e a visão do inferno apresentada a Lúcia, Francisco e Jacinta. Entre essas visões há uma correlação profunda. Enquanto à Bem-aventurada Deus manifestou sua justa indignação pelas ofensas que sofre, Nossa Senhora em La Salette mostrou a extensão do pecado e em Fátima apontou o destino das almas que ofendem a Deus e morrem impenitentes.

A gravidade do pecado de apostasia do mundo

Em 13-6-1917, Nossa Senhora em Fátima mostrou aos pastorinhos o seu Imaculado Coração rodeado de espinhos, em sinal dos “ultrajes que recebe pelos pecados dos homens”.

No Natal de 1816, foi mostrado à Bem-aventurada Elizabeth também o quanto esses ultrajes ofendem a Ssma. Virgem.

Pode-se entrever um limite de pecado, que a misericórdia da Rainha do Céu não permitirá que seja ultrapassado.

A Bem-aventurada Elizabeth viu Maria Santíssima “triste e dolorosa”.

Perguntou-lhe então a razão da sua dor.
“A Mãe de Deus voltou-se para mim, e disse: ‘Contempla, ó filha, contempla a grande impiedade'. Ouvindo estas palavras, vi que ousadamente apóstatas tentavam arrancar temerariamente o seu Santíssimo Filho de seu puríssimo seio e dos seus santíssimos braços. Diante deste grande atentado, a Mãe de Deus não pedia mais misericórdia para o mundo, mas justiça ao Divino Pai Eterno; o Qual, revestido da sua inexorável justiça e cheio de indignação, voltou-se para o mundo. Naquele momento toda a natureza entrou em convulsão, e o mundo perdeu a sua boa ordem, e se formou sobre a Terra a maior infelicidade que se possa contar ou imaginar. Uma coisa tão deplorável e aflitiva que deixará o mundo reduzido à última desolação”.

Continua no próximo post




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